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IPOs movimentam mais de R$ 10 bilhões no Brasil em 2017

agosto 9th, 2017 Posted by Mercado, Tecnologia 0 thoughts on “IPOs movimentam mais de R$ 10 bilhões no Brasil em 2017”

Levantamento feito pela TTR (Transactional Track Record) indica que o mercado de capitais brasileiro fez 7 IPOs nos primeiros sete meses de 2017 e que os investimentos em venture capital em julho de 2017 subiram 770% contra o mesmo período de 2016. Desde 2010, as empresas brasileiras que mais atraem investimentos estrangeiros são as empresas do segmento de Tecnologia e Internet. Em 2017 essa tendência persiste – foram registradas 31 transações, um crescimento de 10,7% em relação ao mesmo período do ano passado, informa a TTR.

Setores que também se destacaram em número de operações cross-border inbound no período foram Consultoria, Auditoria e Engenharia, com 11 transações, e Internet, com 10.  No âmbito outbound, o Brasil fez 11 aquisições nos Estados Unidos, somando R$ 511 milhões. Destaque também para as aquisições realizadas no Reino Unido e na Turquia, que movimentaram, juntas, aproximadamente R$ 4,7 bilhões. O setor mais ativo foi Tecnologia.

No cenário de venture capital, julho foi um mês de crescimento. Das oito transações registradas no TTR, cinco revelaram valores que somam R$ 604 milhões, alta de 770% em comparação ao período homólogo de 2016. Os investimentos em venture capital em 2017 – R$ 2,2 bilhões – já ultrapassaram o total investido no ano anterior, que alcançou total aproximado de R$ 2 bilhões.  O setor de maior crescimento no acumulado do ano foi Distribuição e Retail (30%), enquanto Tecnologia foi o que apresentou mais transações (51).

IPOs em destaque

O destaque dos IPOs ficou para a estreia do Grupo Carrefour Brasil na bolsa, que superou o valor de R$ 4,4 bilhões. Os resultados de julho também consolidam a liderança brasileira no cenário latino-americano de fusões e aquisições. De acordo com o Relatório Mensal da Transactional Track Record, em parceria com a LexisNexis e TozziniFreire Advogados, desde o início do ano já foram registradas 389 transações domésticas no mercado nacional, enquanto a Argentina, país que apresentou o segundo melhor resultado no quesito, registrou 68.

O Brasil também foi o protagonista de duas das maiores operações anunciadas no mês de julho no continente: a aquisição dos Negócios de Produção de Sementes de Milho da Dow Chemical pelo Citic Agri Fund pelo valor de U$ 1,1 bilhão, e a venda da Alpargatas pela J&F Investimentos, que movimentou U$ 1,08 bilhão.

O mercado brasileiro abriu o segundo semestre de 2017 com 73 transações, uma queda de 8,75% em relação ao mesmo mês de 2016.  Destas, 28 tiveram seus valores revelados, totalizando R$ 11,8 bilhões, uma queda acentuada de 69,13% quando comparada ao mesmo período de 2016.

Apesar do saldo negativo do mês, o ano já registrou um aumento de 10% nos movimentos do setor Financeiro e Seguros (68). Já os setores de Tecnologia (99) – com mais transações no mês de julho – e Distribuição e Retail (62), obtiveram quedas de 12% e 9%, respectivamente.

Operações cross-border

Outra tendência que se mantêm é a queda dos investimentos de empresas norte-americanas no país, que no atual período foi de 10,8%, apesar dos Estados Unidos ainda serem o país com o maior número de aquisições no mercado brasileiro, com 41 operações que alcançaram R$ 16,1 bilhões em investimentos no país. A China continua sendo o país com maior valor acumulado em aquisições no Brasil, tendo investido R$ 21,4 bilhões em 2017, com destaque para operações no setor de energia elétrica.

Private Equity e venture capital

O balanço das operações registradas no setor de private equity no Brasil em julho de 2017 foi de R$ 231,8 milhões, com crescimento de 25% no número de transações em comparação com o mesmo mês do ano passado. O setor mais movimentado é Saúde, Higiene e Estética com sete transações no ano, 40% a mais do que o mesmo período em 2016. Os setores de Consultoria, Auditoria e Engenharia e Imobiliário também apresentaram crescimento expressivo, 33% cada.

Todo mundo é mídia e produtor de conteúdo (ao mesmo tempo)

julho 24th, 2017 Posted by Mercado 0 thoughts on “Todo mundo é mídia e produtor de conteúdo (ao mesmo tempo)”

futuro do trabalho

Tem mulher que gosta de ganhar joias. Quem me conhece sabe que eu gosto de ganhar um bom estudo de mercado. Quanto mais exclusivo e inovador, melhor. O melhor dos últimos dias foi uma série de estudos sobre consumo de mídia feito pela PwC que eu recebi dos novos e queridos amigos Renato Sapiro e Carlos Giusti. Vou soltando aos poucos as novidades.

Na 18ª Pesquisa Global de Entretenimento e Mídia 2017-2021, a PwC apresenta o setor que é consumido pelo cliente multiconectado. Essa pesquisa vem para reforçar tudo o que eu falo nas minhas aulas e palestras: somos potenciais 7 bilhões de produtores de conteúdo no mundo. Metade desta população mundial tem smartphone. A disputa por atenção é, na verdade, por tempo do consumidor.

Nossos clientes precisam escolher entre assistir ao nosso programa no prime time da TV, séries do Netflix, ler artigos ou assistir a vídeos recebidos no WhatsApp. O dia continua com 24 horas e a gente disputa com as correntes da tia, com o vídeo dos sobrinhos na piscina ou aquele textão maravilhoso que nos faz pensar. A vida é tempo e estamos competindo pela atenção de todos. Como dizem os especialistas: vivemos a economia da atenção.

Ranking Global TOP 10

 

*O tamanho da bolha representa o US$ em 2016.

À medida que os mercados amadurecem, como Estados Unidos, Japão e Alemanha, a PwC mostra que o ritmo de crescimento do setor de mídia e entretenimento diminui. China e Estados Unidos juntos representaram quase 50% de todo o mercado global em 2016, e este duopólio vai continuar até 2021.

E a mídia no Brasil?

A crise político-econômica atingiu o Brasil também no segmento de entretenimento e mídia. Éramos o 9o lugar no ranking global de consumo de mídia, em 2016, e caímos para 10o, em 2017. “Quando olhamos para as projeções de crescimento, o Brasil está na 26ª posição, atrás de países com mercados menores de entretenimento e mídia, porém com a economia mais estável, como África do Sul e Singapura. Com isso, espera-se que, até 2021, o Brasil seja ultrapassado pela Índia e caia para a 10ª posição no ranking”, aponta o relatório.

O mercado de entretenimento e mídia no Brasil foi de US$ 35 bilhões, em 2016, e deverá chegar a US$ 43 bilhões, em 2021, crescendo 5% ao ano em média. Obviamente, o crescimento é acelerado nas plataformas digitais, como nos segmentos de música, games e publicidade na Internet. “Os maiores gastos do consumidor e do anunciante ainda estão nas plataformas tradicionais, como a TV por assinatura e a publicidade na TV aberta”, indica o relatório.

Mas como aumentar o consumo de mídia e entretenimento? Aumentando o acesso à Internet, seja por aparelhos melhores e mais baratos, seja por conectividade melhor e igualmente mais barata. Mais da metade da população brasileira (59,1% da população ou mais de 100 milhões de habitantes registrados em 2015) tem acesso à Internet, sendo que a grande parte deles é pelo celular. A transição de voz para dados no celular e o abandono do segundo chip deve continuar em 2017 e nos anos seguintes. Com isso, espera-se que, em 2021, 177 milhões de pessoas sejam assinantes de internet móvel.”

A PwC aponta que o acesso via banda larga fixa continuará crescendo, mas moderadamente. Isso é culpa do preço e do custo de implantação da infraestrutura necessária: 38% de lares conectados, em 2016, para 41%, em 2021 – pouco mais de 33 milhões de casas conectadas. Já os gastos com acesso à internet móvel crescerão 7,4% ao ano até 2021, enquanto o gasto com banda larga fixa crescerá 2,8%. Então é o que eu sempre digo: faça conteúdos acessíveis para o mobile, senão você exclui uma grande parte do público consumidor.

Somando os fatos do acesso e do tipo de acesso, é fundamental pensar em como o conteúdo será distribuído. É fundamental saber mais sobre quem são os usuários, o que querem, como, quando e onde gostariam de receber o conteúdo. Isso porque fãs mais engajados são menos suscetíveis a abandonar o que gostam e ainda recrutam mais gente. É o que a PwC chama de ‘fã-tásticos’. Eu chamaria de ‘fã-náticos’.

Mas como descobrir essas pessoas e usá-las para o seu engajamento. “Entendemos que devem se concentrar em cinco estratégias: visão do usuário/fã, conteúdo, experiências, distribuição, monetização e operações”, afirma a consultoria no relatório.

TV e vídeo

“Os telespectadores estão em busca de um conteúdo customizado e que esteja acessível em qualquer lugar, a qualquer momento”. Aí vale tudo: conteúdos premium, como HD, 4K, programação on-demand, freemium e a entrega de conteúdo para várias telas. “Vídeo na Internet (OTT) deve crescer 9% ao ano até 2021, chegando a US$ 276 milhões. Mas ainda representa um gasto menor do consumidor do que para o aluguel e a venda de mídia física, que, em 2021, deverá ser de US$ 493 milhões”.

Para onde vai a verba de mídia?

Gastos do anunciante com publicidade no Brasil 2017-2021 (em milhões de US$)

consumo de mídia

*Outros: Música, Games, Cinema

*Exclui publicidade digital dos segmentos e considera somente no segmento de Publicidade na Internet.

Em 2016, a publicidade na Internet representou cerca de 20% do total dos gastos dos anunciantes e, mesmo com um crescimento acelerado de mais de 12% ao ano, não chegará nem a 30% em 2021. A preferência do setor ainda é e continuará, por alguns anos, nas mídias tradicionais.

No mesmo ano, foram gastos US$ 10 bilhões com publicidade no Brasil. Com crescimento médio anual de 5,5%, espera-se que chegue a
US$ 13 bilhões, em 2021. No segmento digital, o crescimento foi de 26%, segundo o IAB Brasil, e este percentual deve se repetir em 2017.

A TV paga e a TV on-line devem chegar, em 2021, respectivamente, com US$ 800 milhões (crescimento de 14% ao ano) e US$ 200 bilhões (crescimento de 40% ao ano). A publicidade na TV aberta no Brasil continua sendo a preferência do anunciante, com 47% do total da publicidade no país, em 2016. Em 2021, deve chegar a US$ 5,9 bilhões.

Apesar de eu sempre falar que alguém tem de pagar a conta, o consumidor se incomoda com a exposição exagerada de anúncios, imagens e vídeos de carregamento lento, além do receio com a invasão de privacidade e o uso indevido dos seus dados pessoais. “Já o anunciante questiona a adoção crescente de bloqueadores de anúncio (Ad Blocker), a baixa confiança na transparência e a eficácia das campanhas on-line. Por esses motivos, anunciantes estão preferindo os veículos tradicionais que eles já conhecem”.

Outra questão relevante apontada pela pesquisa é que, nas plataformas digitais, quem fica com a maior parte do bolo da publicidade são as empresas de tecnologia, como o Facebook e o Google, e não os veículos de mídia”. Mas quem disse que o FB e o Google não são veículos de mídia?

algoritmo

O tal do algoritmo

junho 22nd, 2017 Posted by Mercado 0 thoughts on “O tal do algoritmo”

Há um tempo as pessoas botavam a culpa no sistema:

“O sistema parou”

“O sistema está fora do ar”

“Isso não está previsto no sistema”

Além de ser fácil culpar o outro (mais fácil ainda culpar a entidade “sistema”), pouca gente se dá conta de que o sistema existe porque alguém o programou daquela forma.

Hoje, em tempos de redes sociais, a culpa é do algoritmo! O algoritmo do Google, do Facebook, do Instagram e seja lá do que mais.

Em entrevista ao Meio&Mensagem (que sobrevive ao sistema e ao algoritmo), Marimoon fala de vários temas de internet, desde a era dos fotologs até os dias atuais e culpa o tal do algoritmo pela internet estar “estragada”.

Eu concordo com VÁRIOS pontos que Marimoon levantou no vídeo. Acho que ela tem essa visão porque está nessa há tempos e aprendeu fazendo (muita coisa) em várias plataformas.

Ela fala dos influenciadores com propriedade, fala do poder da autenticidade, de levar a sério uma profissão como creator (blogueiro, youtuber e afins), do quanto é bom receber feedbacks de seguidores e anunciantes que reconhecem em seu lifestyle algo que faz sentido para suas vidas e marcas.

Isso não tem dinheiro que pague para quem vive de compartilhar sua opinião e sua vida! E aliás, só dá certo quando você gera isso, essa empatia com as pessoas que se reconhecem em você.

Para mim, o final do vídeo dela é o melhor pois diz que se você fizer pela audiência e pela fama, provavelmente não vai dar certo. CONCORDO absolutamente. A naturalidade precisa vir antes do business. Você não pode perder o que te motivou a começar, não pode perder seu propósito.

O tal do algoritmo

algoritmo

Mas eu queria mesmo era ponderar sobre o algoritmo. Vamos lá!

“O algoritmo estragou a internet”

Essa é uma afirmação generalista mas com vários pontos interessantes.

Quando falamos do algoritmo de uma forma geral estamos falando de um conjunto de regras que foram desenvolvidas para ter uma entrega de conteúdo mais eficiente, de acordo com o conteúdo que você busca (Google) ou consome, e se engaja (Facebook e Instagram).

A entrega de conteúdo passa a ser mais “personalizada” mas sim, cria uma bolha onde você vê sempre mais do mesmo. E para subverter isso você precisa navegar em aba anônima (Google) ou procurar temas que não são os habituais nas redes sociais.

Se por um lado você fica na bolha, por outro você passa a ver mais aquilo que te interesse. Só que somos plurais e não gostamos só de um tema/assunto. E é aí que eu concordo que o algoritmo estragou a internet, especialmente as redes sociais.

Faz sentido mudar o algoritmo?

Outro ponto que vale considerar é que visualizar o feed do Instagram fora da ordem cronológica nos deixa confusos. Mas também dá a sensação de atemporal. Alguns conteúdos não fazem mais sentido e essa mudança vai contra até o princípio básico da própria rede que era o de mostrar o INSTANTÂNEO da pessoa, o momento exato em que ela estava fazendo a foto.

A sugestão de ter um botão com ou sem algoritmo acho ótima porém, inviável. Uma pena! Tudo porque qualquer mudança de algoritmo diz respeito a BUSINESS. Quanto mais você estiver imerso num tema, mais natural a publicidade sobre aquele tema irá parecer para você dentro da rede social ou no resultado da busca.

Mas gostaria de finalizar a questão dos algoritmos com um questionamento: Tio Mark estragou as redes sociais com o algoritmo ou a busca por fama estragou a rede social? – isso pode render outro post, claro!

O que mais vemos são as pessoas querendo SUBVERTER o algoritmo para ter mais acessos, views, likes. Grupos de curtidas, fazendas de likes, compra de seguidores, práticas de Black Hat para SEO. Os espertinhos da internet estão por aí, o tempo todo, desde que a WWW existe.

Então parece que está valendo o ditado: ladrão que rouba ladrão, tem cem anos de perdão.

O carro autônomo no centro da discussão em 10 fatos

junho 5th, 2017 Posted by Mercado, Tecnologia, Todas as categorias 0 thoughts on “O carro autônomo no centro da discussão em 10 fatos”

“A paixão do brasileiro”. Poderoso ícone da modernidade, o automóvel esteve presente na paisagem, interferindo em costumes, pontuando estilos de vida e escancarando comportamentos. Por mais que o ser humano tente negar, temos uma relação especial com carros (os brasileiros em especial).

Ele ainda continua sendo um direcionador de tecnologias. Assim com foi com o Fordismo – que criou uma nova lógica de sistema de produção em massa em 1913 em um modelo criado e popularizado por Henry Ford – agora voltamos a usar o automóvel como referência tecnológica nesses últimos cinco anos.

O carro autônomo

E tudo isso por conta dos carros autônomos (ou self-driving cars). Apesar das primeiras iniciativas, ideias e experiências remeterem aos idos da década de 40, foi a partir de 2007 que o tema ganhou mais força por conta do grande impulso global de tecnologia em diversos setores da economia e, claro, o automotivo não poderia ficar de fora desse movimento.

Vieram diversos recursos que modernizaram a parte mais técnica dos automóveis. Os motores passaram a contar com milhares de sensores e componentes eletrônicos (hoje nem se pratica mais o “dá uma lavadinha no motor” comum na década de 90). A tecnologia foi incorporada e unida ao conforto interno. Muitos botões, milhares de mecanismos de controle de som, integração com smartphones, sistemas inteligentes de avaliação das condições do carro.

Se não está familiarizado, trata-se de um carro que dirige sozinho, sem a necessidade de comandos manuais de um indivíduo. São compostos de computadores e sensores que interpretam as informações do ambiente para guiar o veículo automaticamente – desviando de obstáculos, trânsito, controlando a velocidade e determinando o melhor trajeto a ser seguido.

O assunto é tão amplo que pode – e vai, aqui em diversas oportunidades – ser tratado a partir de muitos pontos de vista. Psicológico no que tange à relação das pessoas com seus carros. No aspecto da mobilidade urbana. No impacto financeiro e econômico por conta da movimentação da indústria de produção. Na vida profissional – a produtividade vai se modificar, quando consideramos que podemos realizar atividades enquanto nos locomovemos. Sem contar que, por mais que haja grande discussão sobre a relevância social do automóvel, essa indústria ainda movimenta trilhões de dólares pelo mundo.

A parcela das vendas globais de veículos autônomos, segundo a EY (antiga Ernst & Young) deve chegar a 75% do total em 2035. Ainda de acordo com levantamento realizado pela empresa, de 2025 a 2030 o crescimento das vendas saltará de 4% a 41%.

E há uma imensa corrida, em diversas partes do mundo. Empresas de muitos segmentos avançam rapidamente seus projetos para estarem um passo à frente quando os aspectos legais e sociais estiverem definitivamente mais bem resolvidos.

O estudo da Deloitte “O futuro da mobilidade” mostra também uma estrutura para a evolução da mobilidade pessoal e trata da extensão da propriedade dos veículos versus a partilha (compartilhamento), na medida em que os veículos são controlados pelos seres humanos e quando isso acontece pela tecnologia.

Em resumo, vai mexer com muita coisa. O cenário deve ser modificado e sofrer o que os estudiosos convencionaram chamar de disrupção. A McKinsey estima que até 2030 – isso, logo ali, em 13 anos – resolvidas algumas questões tecnológicas e regulatórias, 15% dos carros novos vendidos serão autônomos.

A mesma consultoria aponta 10 maneiras pelas quais os carros autônomos vão redefinir toda a indústria automotiva.

Coloque nessa conta outro item que precisa ser considerado. Apesar de a revolução automotiva a ser promovida pelo carro autônomo ser encabeçada pelas grandes montadoras tradicionais, o processo de desenvolvimento dessas novas máquinas estão vindo de todas as parte. Do Google e Apple ao Baidu e Samsung, passando por Uber.

10 fatos sobre o carro autônomo

Para começar, porém, levantamos 10 assuntos que mostram o quão relevante esse assunto é e ainda vai se tornar nos próximos anos. E vamos além da indústria dUma tendência que já ganha contornos de viabilidade real. A bola está quicando. Mas para dar o chute e fazer o gol, será preciso ainda ultrapassar questões bem mais complexas. Algumas delas, inclusive, são os motivos pelos quais ainda não temos carros autônomos circulando livremente pelas cidades no mundo.

  1. Motorista torna-se passageiro

Será que os condutores querem perder o controle do automóvel? A troca de marchas, a sensação de liberdade tão vendida pela publicidade ao longo dos anos, o cuidado interno e externo como se fosse um filho. A relação entre o indivíduo e o carro é um composto de uma série de fatores e interferir nisso pode levar algum tempo. Especialmente nos países em desenvolvimento – como o Brasil – que ainda têm no carro um sinônimo de status e sucesso. Ao mesmo tempo, talvez tenhamos uma das últimas gerações de classes média e alta aptas a adquirir automóveis que ainda efetivamente se importam com carros – seja por paixão, por status ou qualquer outro motivo. Podemos começar a imaginar um fim do culto ao carro nas novas gerações que chegam ao mercado e que já começam a ganhar poder de compra – e serão os principais consumidores no futuro. Nessa transição começa a ganhar peso o car sharing (carro compartilhado). O sucesso da iniciativa da funcionalidade “pool” fornecida pelo Uber, em que um passageiro pode escolher dividir a corrida com desconhecidos que estão indo para a mesma direção, está aí para comprovar. Mas o compartilhamento é tema para outro artigo.

  1. Transformação da mobilidade urbana

Um dos maiores problemas das grandes cidades está no tempo e no custo que se perde em deslocamentos. A falta de infraestrutura de transporte e de planejamento de crescimento em muitas delas acabam tornando o trânsito caótico e gerando diversos outros problemas no paralelo. A inteligência e tecnologia disponíveis nos carros autônomos podem ajudar a organizar essa bagunça e aprimorar os sistemas de controle de tráfego existentes. O movimento pode até mesmo colaborar para reduzir o número de acidentes de trânsito em diversos lugares do mundo. Os carros autônomos exigirão, ainda, uma infinidade de alterações nas legislações de trânsito vigentes em cada cidade, estado ou país.

  1. A segurança em xeque

Aqui, podemos falar sobre dois aspectos. O primeiro está relacionado ao fato de que, a partir do momento em que tudo – ou quase tudo – passa a ser controlado por máquinas e computadores, aumenta a suscetibilidade e vulnerabilidade de ataques hackers que promova uma verdadeira anarquia em todo o sistema de tráfego e ainda prejudicar a segunda parte desse tema que é a segurança dos motoristas. Os robôs responsáveis por conduzir esses automóveis são capazes de identificar e fazer as melhores escolhas em uma situação de risco? Entre bater forte e ferir gravemente ou matar o motorista e atropelar pessoas, qual seria a opção da máquina? Mais do que isso. De quem é a culpa nesses casos, do dono do veículo ou do fabricante do carro? Certamente, sob esse ponto de vista, o mercado de seguros automotivos vai ser completamente repensado.

  1. Deficientes visuais ao volante

A locomoção de deficientes visuais pelas cidades – principalmente nas grandes – é sempre muito complexo. Além da incapacidade física, ele ainda sofre com a necessidade de contar com infraestrutura adequada. Os carros autônomos vão facilitar uma boa parte desse processo e limitar a dependência que os deficientes visuais possuem de terceiros em seus deslocamentos.

  1. Impacto na produtividade

Apesar de campanhas, leis e multas mais severas, os motoristas continuam arriscando suas vidas ao dirigirem e mexerem no celular ao mesmo tempo. A vida moderna e os hábitos criados de se olhar mais de 70 vezes o celular ao longo do dia fazem com que o tempo seja a moeda de troca mais cara da atualidade. As pessoas querem resolver tudo ao mesmo tempo, executar muitas funções simultaneamente. Se isso é bom ou ruim, se a gente dá conta ou não, é outra discussão. Mas trata-se de um fato. A partir do momento em que podemos realizar diversas atividades sem nos preocuparmos em olhar para a frente, em prestar atenção no trânsito, isso trará um impacto significativo na forma como as pessoas trabalham ou se relacionam.

  1. Transformação de mercados

Assim como o Uber – inclusive a empresa vem negociando lotes de carros autônomos desde que ganhou escala pelo mundo – modificou o negócio de transporte privado individual ao redor do globo. O carro autônomo vai provocar mudanças profundas também no segmento de motoristas profissionais, de táxis e nos negócios das locadoras de automóveis.  

  1. Novos ambientes

A partir do momento em que o automóvel não exige mais interação, influência ou comando humanos se locomover, o interior dele deve se transformar de maneira significativa. A diferença passará a ser a função determinada para o carro pelo proprietário, se para uso comercial ou pessoal. Com a possibilidade de ampliação do ambiente, os carros podem se tornar salas pequenas de estar, lugares para reuniões de executivos, ou até mesmo um quarto no caso de viagens longas, por exemplo, em que o proprietário pode descansar e dormir ao longo do trajeto.

  1. Jogo de xadrez dos players

Como o processo de evolução não está sendo conduzido somente pelas montadoras tradicionais de automóveis, vamos encontrar diversas junções de empresas de diversos segmentos. As companhias de base tecnológica estão se movimentando. Mas outros fabricantes e fornecedores de segmentos variados começam a olhar com mais atenção para o tema. Veremos, ao longo dos próximos anos, fusões, aquisições, joint-ventures sendo formadas. Serão peças fundamentais para que cada um conquiste sua fatia do bolo.

  1. Consumo e meio ambiente

Toda a inteligência embutida nos veículos do futuro certamente considera o uso apropriado do carro autônomo de forma a conservar o veículo e não só reduzir o consumo médio (de combustível, óleo, pneus, entre outros itens) como também minimizar a emissão de poluentes. O investimento da indústria segue nesse sentido, o que será convertido em ganhos para o consumidor que, cada vez mais, também passa a considerar a sustentabilidade um item importante na decisão de compra de bens (duráveis e não-duráveis).

  1. A vez do transporte público e da logística

Não podemos nos restringir somente aos veículos leves quando falamos de carro autônomo. Já existem diversas experiências conduzidas que consideram o transporte público (ônibus autônomos) e até mesmo caminhões autônomos. Isso vai causar impacto direto na locomoção não só de massas de pessoas em seus trajetos diários como também a movimentação e transporte de mercadorias das companhias de todos os setores da economia pelas estradas.

No fim das contas, as estruturas estão se consolidando e há muitas iniciativas prontas e em fases de testes. Muitos dos fabricantes afirmam já ter seus modelos preparados para comercialização. Questões éticas e de regulamentação ainda emperram e impedem que muitos dos carros autônomos já desenvolvidos estejam rodando nas ruas. Mas aquela fantasia de desenhos e filmes antigos sobre os carros voarem, inclusive, pode nem estar tão longe assim quanto pensamos.

Links de referência
Self driving cars – MIT
Carro autônomo Tesla
Carro autônomo Google

A influência em várias mãos

junho 5th, 2017 Posted by Mercado 0 thoughts on “A influência em várias mãos”

O mercado de comunicação já foi simples de operar. Separava uma verba para publicidade, definia um público-alvo com base nas características do produto e recortes demográficos. Ai, era só escolher os canais – TV, principalmente pela abrangência e alcance – e pronto. Era muito tranquilo lançar e/ou reforçar uma marca.

Aí veio a internet e acabou com aquele modus operandi. Tudo mudou. Ficou mais difícil, mas muito mais desafiador e muito mais gostoso (para alguns). Melhor: as transformações aconteceram numa velocidade inimaginável. Trouxeram milhares de novos modelos e possibilidades de conteúdo e publicidade. O mundo da mídia ganhou mobilidade e gerou diversas possibilidades de mensuração impondo desafios ao modelo tradicional.

Além de todos os recursos da própria indústria da comunicação, nasceu um novo veículo com potencial exponencial: o ser humano. Vivemos a era do influencer, da transformação dos indivíduos em canais de mídia. É como se tivéssemos 7 bilhões de potenciais canais de conteúdo em todo o mundo.

O poder da influência

A popularização do acesso às tecnologias da informação, a ampliação do uso dos meios digitais, a explosão das mídias sociais e a disposição em criar conteúdos – em todos os formatos possíveis – foi a receita perfeita para isso. Os primeiros influenciadores digitais foram os blogueiros, quando os blogs deram independência aos criadores. Depois veio todo mundo: Orkut, Twitter, Youtube, Facebook, Instagram e Snapchat.

Vivemos o momento do influencer marketing: aquele cara que ativa a sua marca, seus conteúdos, seus produtos e serviços por intermédio de terceiros que já têm imagem, reputação e audiência. Aos poucos, foram dialogando com seus públicos de uma maneira leve e impulsionando informações das mais diversas. Tornaram-se formadores de opinião e conquistaram uma legião de seguidores.

E o mercado se viu novamente obrigado, é claro, a entender e aprender a lidar com essa nova dinâmica de relacionamento: quem é o digital influencer – influenciador digital no bom português. Os canais proprietários das marcas e companhias já não eram mais suficientes. Todo mundo correu para as redes sociais e montou suas fã pages, buscou seus embaixadores de marca, influenciadores. Agora, além deles, é preciso ter mais que likes. É preciso ficar atento a toda e qualquer reação dos seus seguidores, já que os reactions também pilotam o alcance orgânico.

Os influenciadores digitais – e todo o seu potencial de formar opinião – estão ligados a características extremamente importantes na decisão e compra dos consumidores: indicações e opiniões. E ele se fortalecem com o seu poder de gerar like, coração, chorinho, gargalhada, raiva, florzinha. Em especial, esse modelo do boca-a-boca funciona muito bem em mercados como o brasileiro.

O impacto de uma publicidade tem efeito muito menor quando comparada com a opinião de uma pessoa. Vamos lá. Na publicidade tradicional, falar de si mesmo, sempre deixa todos com um pé atrás.

influência

A web e as mídias sociais basicamente amplificaram esse processo. E os digital influencers pegaram carona nesse modelo e surpreenderam, gerando repercussões desproporcionais, como mostra estudo da McKinsey sobre o tema.

influência

Para materializar melhor, podemos usar como exemplo o Twitter. Rede rápida, de informações relevantes e com APIs (Interface de Programação de Aplicação, isto é, desenvolvedores podem criar outras plataformas e conectá-las ao Twitter) para monitoramento, traz grandes possibilidades de formação de opinião, conforme indica o estudo abaixo.

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Pode parecer simples, mas há muito a ser discutido quando falamos sobre o tema. Não é apenas dinheiro. Esse é um erro bastante comum. Há diversas frentes que precisam ser levadas em conta na decisão dos influenciadores. Não se esqueça: você está colocando a sua marca, seus produtos, seus serviços nas mãos e palavras de uma pessoa. Ela pode construir, mas também pode destruir uma história da companhia – e, com isso, levar embora muitos consumidores.

A influência dos grandes

Lembrem-se da recente história da Pepsi e da Dove. Essas duas grandes marcas sempre foram amadas nas redes sociais. Fizeram campanhas incríveis nos últimos anos. Mas nas suas recentes campanhas, ao pretender abordar o politicamente correto (racismo e tipos de corpos), foram apedrejadas em praça pública. Ou melhor, nas redes sociais.

Assista ao comercial da Pepsi com a Kendall Jenner (até ela teve de se desculpar):


(análise do Ad Age)

Assista ao comercial da Dove:

Veja também o compilado de memes da New York Magazine.

Como definir a verdadeira influência e o potencial de alcance do influencer?

A primeira questão que surge é: o que define a influência de um indivíduo no mundo digital? Considerar somente o volume de seguidores é uma armadilha bastante comum, afinal, as celebridades do mundo real – atores e atrizes, cantores, personagens com grande exposição nas mídias tradicionais também incorporaram o digital na construção de suas imagem e reputação e, justamente pelo fato de terem grande destaque em veículos, arrebanham um mar de fãs e seguidores também nas redes sociais.

E, vale ressaltar, que para as novas gerações, o conceito de influenciador também vem se transformando. Como são consumidores bem menos fiéis dos meios tradicionais de comunicação, suas referências são diferentes.

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Um modelo antigo – de 2011 – mas que costuma funcionar na avaliação de um influenciador digital – foi desenvolvido pelo estrategista da companhia global de PR, Edelman. David Armano criou mapa do que precisa ser analisado na classificação de um influenciador digital.

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Alcance (Reach): capacidade e potencial de propagar mensagens.
Proximidade (Proximity): poder de influenciar decisões pela confiança das relações.
Especialização (Expertise): conhecimento e valor sobre informações tratadas e compartilhadas junto à audiência.
Relevância (Relevancy): pertinência das informações propagadas (timing certo, segurança das interações).
Credibilidade (Credibility): transparência, carisma, reputação de quem trabalha com as informações.
Confiança (Trust): intimidade com o tema (produto, serviço, marca), verdade, experiências anteriores.

Mal teve início e o mercado já progrediu rapidamente. Avançou na frente da profissionalização. Assim como no caso de artistas, surgiram os agenciadores – empresas especializadas em fazer a negociação de planos de mídia e investimentos entre marcas e influenciadores.

Quem arriscou apenas como curioso, foi ficando para trás. Este universo deixou de ser algo para amadores. Tanto que o gigante Google decidiu apostar nisso. Em um local próprio ao centro de São Paulo, oferece um estúdio com infraestrutura básica – equipamentos de filmagem, iluminação, mesas de som, entre outros itens – para Youtubers com alto volume de inscritos e com volume de produção de conteúdo.

Essa evolução e consolidação do mercado também trouxe um novo contexto. O que poderia ser considerado mídia ganha – ou seja, exposição espontânea da marca, produto ou serviço, uma recomendação ou elogio natural – transforma-se em publicidade paga na medida em que os influenciadores também passam a atuar de forma parecida com a mídia mainstream.

Com ou sem muita capacidade de investimento, fato é que o tema influenciadores digitais já entrou na pauta estratégica do marketing de boa parte das organizações, como aponta o estudo Influence 2.0: the future of influencer marketing, realizado em conjunto pela Altimeter e Traackr.

influência

Os investimentos ainda são conservadores, mas tendem a crescer e se consolidar como uma iniciativas importantes no mix de comunicação e marketing das empresas. O que está esperando para desenhar a sua estratégia de atuação e definir quem realmente influencia a decisão de compra dos seus clientes? E fique tranquilo(a): os influenciadores digitais ainda serão fundamentais nas estratégias das empresas por um bom tempo.

Links de referências

Estudo Influence 2.0: the future of influencer marketing – Altimeter + Traackr
The State of Influencer Marketing 2017
LaunchMetrics
DigiDay
Salesforce
SocialmediaToday
A influência nas mídias sociais – McKinsey
Why YouTube Stars Are More Influential Than Traditional Celebrities – ThinkWith Google
New Research Shows Micro-influencers Drive Consumer Buying Behavior at Much Higher Rates Than Previously Thought – Experticity
10 Influencer Marketing Statistics That All Marketers Should Know – Acorn Influence
Tipos de influenciadores digitais – Comunique-se

Agenciamento de Influenciadores

MammaMedia – http://mammamedia.com.br/
Celebryts –
http://celebryts.com/
Snack – https://www.youtube.com/user/redesnack
LaJoy – http://www.agencialajoy.com/

Conversational Commerce (ou social commerce) e a nova fronteira da experiência de consumo e vendas

junho 5th, 2017 Posted by Mercado 2 thoughts on “Conversational Commerce (ou social commerce) e a nova fronteira da experiência de consumo e vendas”

Uma massa de aplicativos de mensagens e chatbots está invadindo a nossa rotina diária. As pessoas usam também cada vez menos o recurso de voz de seus dispositivos – a preferência é clara pelos dados. Mais que isso: os aplicativos de mensagens já estão prontos para superar o uso de mídias sociais.

Em pouco tempo, será complicado identificar se falamos com pessoas reais ou robôs. Eles vão atender demandas, esclarecer dúvidas, criar novas experiências para os clientes.

Conversational Commerce

O mercado vem chamando de “conversational commerce” o uso de plataformas de bate-papo, mensagens de texto e mesmo interfaces de linguagem natural (voz, por exemplo) para produzir relacionamento com os indivíduos, marcas ou serviços e bots que até agora não tiveram lugar real no contexto bidirecional de mensagens assíncronas. Tem também um nome mais fofo, o social commerce, que particularmente eu prefiro mais.

Os consumidores da atualidade (ou uma massa significativa deles) – com mais facilidades de acesso à informação e dispositivos – em muitas ocasiões, passaram a identificar nas mídias sociais como potenciais canais de comunicação não só com pessoas, mas também com as marcas.

Na outra ponta, no fundo no fundo, o que as empresas querem, para além de conquistar suas audiências e garantir que esses clientes passem a maior parte do tempo com elas, é criar contextos que permitam vender mais e melhor. Ah, claro, sempre com custos cada vez mais reduzidos. Os departamentos de marketing de qualquer organização estão pressionados a justificar cada real gasto. E isso significa não só dizer por qual razão o recurso está sendo investido, mas comprovar quando ele vai trazer de volta em faturamento e rentabilidade para cada iniciativa.

Melhor experiência de consumo e vendas

Ao mesmo tempo que os usuários se habituam ao relacionamento com marcas a partir de feeds de mídias sociais e aplicações dos mais variados gêneros, mais este tipo de interação tende a se tornar um processo para o funil de conversão de vendas. É encontrar o ponto certo para transformar um diálogo em um processo que abra oportunidades de comercializar algum produto ou serviço.

A tarefa parece simples, mas entre esclarecer uma simples dúvida e levar o consumidor para uma venda real – com o detalhe de ter de mensurar tudo isso – há um longo caminho a percorrer. Um ser humano que trabalhe no atendimento ao cliente é capaz e usa diversas técnicas para realizar essa prática. Já um robô precisa de algoritmos extremamente avançados que permitam conduzir o usuário até um fluxo de compra de forma convincente.

A favor, entretanto, a tecnologia tem possibilidades de conexões com múltiplos bancos de dados em uma velocidade como jamais vimos na vida, bem como rapidez no processamento e entrega dessas informações na ponta, o que facilita bastante o trabalho dos algoritmos e, principalmente, o serviço oferecido ao público na ponta.

Assista a esse vídeo de tendências da Kantar Media (grupo WPP), lançado no final de 2016. Se não quiser assistir tudo (não recomendo), vá direto para o tempo 1’48”.

Com o movimento dos aplicativos de mensagem se tornarem basicamente a segunda tela das pessoas, cresce ainda mais o potencial de utilizá-los como ferramentas de vendas. Engana-se quem acha que o Facebook adquiriu o  Whatsapp por US$ 22 bilhões apenas para conter um concorrente. Já consolidado entre diversos usuários no mundo – e com grande força no Brasil – tornou-se um banco de dados riquíssimo para entender o comportamento do consumidor que passa à margem das informações públicas publicadas nas timelines das plataformas sociais, ainda que o Facebook não admita a integração das bases de dados das duas mídias. Inclusive as duas plataformas possuem muito em comum.

Já que o comportamento está se tornando mobile, com as informações das audiências nas mãos e poderosos mecanismos de organização e clusterização dos dados e processos, a próxima etapa é construir o caminho para transformar essas ferramentas em força de vendas.

Para tanto, mais do que cumprir funções e procedimentos metódicos e atuar como um robô das antigas, será preciso gerar contextualização, criar engajamento e atitude para estimular a compra. É tratar o ponto de contato, o relacionamento, como se fosse um para um. E, para companhias com escala, em que as operações são extensas e o grande volume de clientes, isso é algo muito difícil.

Isso, porém, não significa que as organizações não estejam atentas a este cenário. Basta olharmos a evolução do volume investido ao longo dos últimos anos em sistemas e serviços de inteligência artificial – fundamental para suportar o conversational commerce.

O conversational commerce vai exigir experiências personalizadas, conveniência e suporte à decisão de compra da melhor maneira. Com o agravante que, justamente por estar muito mais concentrado nas relações promovidas por dispositivos inteligentes, o usuário está em movimento e, portanto, com a atenção fragmentada.

Algumas experiências mostram que trata-se de um caminho sem volta. Já há testes sendo realizados na Índia – isto é, um país de dimensões continentais e com vasta desigualdade social.

Conversational Commerce

Muito em breve, talvez antes até do que imaginemos, o Conversational Commerce será uma realidade e entrará em nossas vidas como foi a internet. De forma sutil e natural estaremos realizando compras o tempo todo, por qualquer dispositivo, em qualquer condição, das mais variadas marcas.

E se você ainda tem alguma dúvida e acha que ainda estamos longe disso, é só olhar para o volume de aplicações, soluções e empresas que já atuam neste segmento.

Conversational Commerce

Os desafios da realidade virtual no mercado de massa

junho 5th, 2017 Posted by Mercado 0 thoughts on “Os desafios da realidade virtual no mercado de massa”

Maurício é natural de Curitiba. 28 anos, noivo, contador. Porém, o que de fato dá prazer a ele, em consideráveis horas de seu dia, definitivamente, não é o futebol com os amigos. Nem descobrir restaurantes insólitos pelos cantos mais inesperados da capital paranaense. Sua paixão, mesmo, é caçar Pokemons pela cidade afora.

Já no início da nossa conversa, Maurício deixou claro que não é um entusiasta qualquer: já era fã da franquia desde a criação dos jogos de GameBoy – um videogame portátil criado pela Nintendo japonesa no final de década de 80. Sendo assim, um admirador fanático, já sabia que o jogo seria criado em formato de aplicativo desde o começo de 2016 – só o que ele não imaginava é que se apresentaria no formato de realidade virtual, em sua nova versão.

Realidade virtual

Embora já se fale sobre realidade virtual há mais de uma década, o mercado de VR – como é chamado mundo afora – apresentou um desenvolvimento muito significativo em 2016. Novos headsets estrearam, a expectativa dos consumidores aumentou e o total de downloads de plataformas como estas encorajaram e muito os desenvolvedores.

Aqui, já dá pra gente ter uma ideia do quanto este segmento cresceu e ainda deve explodir até meados de 2022 – quase 60 milhões de pessoas devem ser atingidas seja via smartphones, PCs ou mesmo consoles para games. A Deloitte, já em 2016, projetava uma estimativa que ultrapassava US$ 1 bilhão em receitas pela primeira vez – o que significaria um aumento previsto de 271% no investimento não somente em realidade virtual, mas também na chamada realidade aumentada.

Mesmo com os números otimistas, as pesquisas ainda apontam um crescimento potencial – só que no futuro. 2017 ainda será, de acordo com especialistas, um ano de transformação, onde desenvolvedores, consumidores, investidores e fabricantes de hardware ainda terão espaço para experimentações, cada um do seu lado. Ainda deixaremos, nos próximos meses, o ambiente pronto para que ganhe o devido impulso só em 2019/2020.

Em meados de 2000, Maurício já estava entre os brasileiros que desfrutaram do jogo via GameBoy. No entanto, a Niantic, empresa desenvolvedora, declarou que não estava completamente pronta para suportar o volume de jogadores dispostos a acessar seus sistemas e acabou barrando – e frustrando – sul-americanos, africanos, da Oceania e também da parte ocidental da Ásia.

Entretanto, em junho do ano passado, atendendo aos apelos de atletas europeus, em especial, que continuaram jogando em seus países, a Niantic finalmente liberou o app para o mundo todo – inclusive no Brasil, já que todos estariam reunidos nos jogos olímpicos do Rio e, claro, queriam achar os seus Pokemons pela cidade também.

Ele conta, orgulhoso, que seu Pokemon mais antigo que ainda “caminha” junto a ele foi capturado no dia 23 de agosto de 2016. Nove meses de “amizade”. E olha que, segundo ele mesmo, sua frequência neste período, até por conta da distração das Olimpíadas, foi baixo: jogava apenas duas a três horas por dia. Entre os meses de setembro e novembro passados, também manteve a média, já que estava nos momentos decisivos e finais em sua faculdade.

Porém, aos finais de semana, ele ia à forra: oito horas contadas e dedicadas aos bichinhos virtuais espalhados por aí. Findas as obrigações estudantis, Maurício calcula que o Pokemon lhe ocupa mínimas sete horas diárias em dias úteis e, aproximadamente, picos de 10 ou 11 horas nos finais de semana.

Em processo de download

No entanto, nem tudo são flores neste segmento: mesmo com as projeções animadoras, os principais players ainda encontram duas dificuldades flagrantes:

  1. a adesão do mercado de massa para essas categorias de VR
  2.  a experiência ainda cara para aumentar tal adesão.

É fato que, segundo relatório da BI Intelligence, 2016 foi um ano fundamental para este mercado. Novos hardwares e conteúdos tornaram-se opções para atrair uma fatia mais ampla de consumidores, tornando-se catalizadores para a adoção dos aplicativos diversos de VR.

No entanto – e aí reside o problema -, as melhores experiências de realidade virtual já desenvolvidas são muito caras para a maioria destes consumidores. O jeito então pode ser apostar em headsets mais acessíveis, que dependem de smartphones como processadores para oferecerem a experiência e introduzir estes novos adeptos ao mercado.

Essa tecnologia de interface avançada que liga diretamente o usuário a um sistema operacional já não é mais só coisa de cinema – ou da cabeça de um programador ousado há um bom tempo. Recriar ao máximo a sensação de realidade para um indivíduo, levando-o a adotar essa interação como uma de suas realidades temporais já é, de fato, um simulacro quase palpável.

Mesmo com um começo complicado e alguns obstáculos pelo caminho, até 2020, o mercado de realidade virtual vai valer 20 vezes mais do que em 2016/17. O ainda emergente segmento, portanto, deve se solidificar à medida que os consumidores se tornarem cada vez mais conscientes e confortáveis com os dispositivos, de acordo com pesquisa sobre consumidores potenciais realizada pela Superdata Games & Interactive Media Intelligence.

O estudo, inclusive, traçou um paralelo atualizado dos norte-americanos usuários de realidade virtual – quem são, idade, como e por onde gostam de navegar:

Maurício sinceramente não acredita que viver paralelamente à caça de seus personagens favoritos o atrapalhe em suas demais atividades – sejam profissionais ou até mesmo amorosas. Mas admite, por exemplo, acessar o jogo meia hora antes de entrar no trabalho, por uma hora e meia de seu almoço de duas horas e aproximadamente cinco horas após o expediente. E sobre as atividades sociais? Nenhum problema: elas hoje transitam em torno do jogo também: encontros e eventos com outros amantes da brincadeira, que se reúnem pra fazerem isso juntos.

Realidade virtual – amor à prova

A noiva, claro, reclama quando o passeio com o cachorro no parque vira uma caça – ele reconhece. Mas alega que nunca negou que era um usuário “nível hard” do jogo. E ele não parece querer descansar, dar um tempo ou mesmo substituir por outra atividade, enquanto não conseguir todos os pokemons disponíveis – segundo ele mesmo. “Faltam apenas nove, um deles super raro que nos últimos dias, só apareceu uma vez aqui em Curitiba”.

A emoção de Maurício se compara a um gol quando ele começa a entrar nos detalhes: a evolução dos seus próprios pokemons, disputar num ginásio – e saber que os seus são fortes o suficientes para estarem ali, etc. Ele usa termos como adrenalina, sair da rotina, e chega a citar que adotou a caminhada como atividade física. “Quando estou com o jogo ligado, entro em uma realidade paralela’, principalmente quando estou jogando durante o dia. Pois quando jogo, ainda há luz natural, praticamente perco a noção do que estou fazendo durante a caminhada – tanto que, em alguns dias, sem perceber, caminho 7 a 8 km”.

É compreensível, já que toda a experiência é, definitivamente, sensorial. Para se ter uma ideia: em um estudo publicado no Jornal Brasileiro de Psiquiatria, em 2008,  já se falava no uso de realidade virtual no tratamento de exposição em pacientes com transtorno de pânico por exemplo. O motivo? Em ambientes virtuais, os pacientes experimentam alterações fisiológicas, psíquicas e somáticas similares aos sintomas em situações da vida real, facilitando assim o chamado processo de habituação.

A pesquisa, ancorada por Carvalho, Freire e Nardi (2008), defende que a realidade virtual “pode ser definida como uma composição dinâmica e reativa com o ambiente virtual criado por computador e usado para diferentes modalidades de interação humana. (…) Essa comunicação da interface diz respeito à interação dos componentes computacionais físicos e de informação com os canais sensório-motores do indivíduo”.

Nesse gráfico de Ludovic Depoortere, apresentado  em uma conferência em 2016, a gente pode perceber melhor do que se trata essa experiência de realidade virtual:

realidade virtual

Importante mesmo é pensar que, dentro de todas as plataformas apontadas como tendência, a VR certamente deve estar entre as que atingirão o mercado nos próximos anos. Empresas já se movem neste sentido, desenvolvendo aos poucos plataformas compatíveis com dispositivos móveis, acrescentando mais uma camada importante às experiências sociais dos usuários. Google Cardboard, Oculus Rift… todos já estão de olho nas possibilidades de frutos neste investimento a longo prazo.

E isso, lá em 2020, talvez antes – dada a velocidade da internet das coisas nos últimos anos – deverá impactar indústrias, a educação, a saúde, o comércio eletrônico, o entretenimento, o turismo e, até mesmo, os jogos – que se hoje já mexem com a cabeça dos usuários, podem levá-los a possibilidades infinitas. É esperar e confirmar.

Publipost sinalizado nas redes sociais

junho 4th, 2017 Posted by Marketing de Conteúdo, Mercado 0 thoughts on “Publipost sinalizado nas redes sociais”

Há muito tempo sabemos que os influenciadores digitais recebem mimos e produtos para postar em seus perfis sociais. O famoso jabá – do jargão jornalístico, ganhou força com o alcance das redes sociais e ganhou até tags próprias como: #presskit, #recebidos, #mimos e por aí vai.

Receber um presente e agradecer é de bom tom em qualquer ambiente, digital ou não.

Mas, se você está recebendo dinheiro para postar sobre algo isso não é mais um presente. Isso é conteúdo patrocinado e precisa ser sinalizado.

Sinalização de conteúdo pago

Na mídia impressa, especialmente em revistas, o conteúdo patrocinado – que é diferente da publicidade em si, vinha (ou vem… sinceramente, não sei se alguém ainda faz isso em mídia impressa) sempre com o chapéu de Informe Publicitário.

Em blogs ou portais de conteúdo a regra de sinalização existe há muito tempo. É imprescindível marcar um publipost/publieditorial e ainda selecionar o NO FOLLOW – tag para que os links internos não sejam indexados pelos buscadores, nos links do artigo.

Muita gente me pergunta sobre o NO FOLLOW e eu sempre faço a analogia com a mídia impressa que tem um tempo limite de circulação. O anunciante compra uma página de anúncio de uma revista semanal e, exceto as que perduram em salas de espera de consultórios ou salão de cabeleireiro, o tempo de vida daquele anúncio é de uma semana.

Se você deixar sem a sinalização para não seguir os links no seu artigo do blog/site, continuará entregando visitas para o seu anunciante que pagou por algo pontual.

Sinalização nas redes sociais

Embora até pouco tempo não houvesse uma forma regulamentada de de marcar publieditorial, recentemente o Facebook adicionou a marcação de conteúdo pago. Isso ajuda a ser mais transparente desde que haja, por parte do creator a intenção de sinalizar.

Caso ele não sinalize, seu post pode ser suspenso pela plataforma.

Essa semana o INSTAGRAM também anunciou novas regras para anúncios de conteúdo. Na “localização” da foto aparecerá, a partir das próximas semanas, a legenda “conteúdo pago por NOME DO ANUNCIANTE”.

Publipost sinalizado nas redes sociais

Essa é a forma que eles encontraram  para ter o Publipost sinalizado nas redes sociais e deixar a comunicação mais transparente. Ainda não sabemos o quanto isso pode impactar em entregabilidade caso a postagem não seja impulsionada – mas em geral publipost conta com verba de mídia para garantir bom alcance.

Também não dá para garantir que todos os blogueiros e influenciadores irão utilizar o recurso porém, é o que esperamos do mercado – anunciantes que cobrem isso dos seus blogueiros e blogueiros que façam isso para os seus leitores, para que haja mais transparência entre conteúdo pago e os seguidores/fãs.

Marketing de conteúdo: ainda estamos engatinhando

maio 30th, 2017 Posted by Mercado 0 thoughts on “Marketing de conteúdo: ainda estamos engatinhando”

As buzzwords do momento são: marketing de conteúdo; branded content; e branded marketing. Mas ‘a real’ é que este mercado no Brasil está apenas começando. A maioria das empresas (de comunicação ou clientes) faz o velho e bom publieditorial publieditorial e vende como content marketing (marketing de conteúdo).

Fato é que, em 2017, esse segmento continuará a ganhar força num ritmo acelerado. Por que?

Um dos motivos mais forte é que precisamos parar de interromper o consumidor na sua jornada por informação ou por produtos para vender o que queremos. Muitas vezes, o discurso do anunciante apenas interrompe o momento de consumo de mídia e entretenimento do cliente.

Marketing de conteúdo: o novo marketing?

Outro ponto importantíssimo é a mudança do comportamento do consumidor e das novas gerações. Muitos continuam ‘marketeando’ como se fazia desde os anos 1950, esperando que a família, junta, consuma mídia na sala de estar. Só que agora, muitas gerações vivem a divergência de mídias e os micromomentos se relacionam com o consumo fragmentado das mídias. É fato que a convergência existe no device, e não na mídia.

A parte boa disso tudo é que trouxe à tona discussões mais aprofundadas sobre o papel do conteúdo no processo de interação e relacionamento entre marcas e consumidores.

O digital impulsionou a dispersão das audiências e, por essa razão, conquistar um tempinho do público de interesse tornou-se uma tarefa muito complexa para o marketing. Pode ser arriscado, mas conquistar a atenção é o grande desafio de qualquer gestor de uma marca. Engajamento – apesar das dificuldades em se definir este conceito de maneira pragmática – passou a ser a ordem do dia.

Entender, encontrar, atrair e reter o usuário é definitivamente a bola da vez. Os modelos tradicionais ruíram e, agora, é preciso criar informações que sejam mais que relevantes para as pessoas. Neste contexto, o conteúdo passa a ser central.

marketing de conteúdo

O marketing de conteúdo pode ser considerado a abordagem estratégica para aumento e consolidação de negócios. Não sejamos ingênuos! O objetivo é o mesmo: estimular vendas e gerar lucro para os acionistas. E não há nada errado nisso. É cativar a audiência de tal forma que ela veja valor no seu produto ou serviço e decida investir em você, em sua marca, em sua empresa.

Os passos para se fazer Marketing de conteúdo

Vou listar uma série de passos básicos para a adoção desse tipo do marketing de conteúdo. O primeiro passo é descobrir e compreender quem se quer atingir com as informações (parece básico, mas não é todo mundo que faz). Em seguida, planejar os tipos de conteúdo que sejam aderentes a essa audiência. Na sequência, definir linguagem e tom de voz que façam sentido ao contexto para, então, publicar nas plataformas seguindo critérios, como momento da jornada do consumidor e pertinência das informações. Por último, mensurar os pontos de atrito e corrigir o que não atingiu a performance adequada.

Mas há tantas novidades que ainda estão por vir e que devem se consolidar em 2017, que o mercado continuará se transformando e ultrapassando os simples passos criativos de desenvolvimento de marketing de conteúdo. Seremos obrigados a repensar formas, canais, insumos, entre diversas outras variáveis sob o ponto de vista do indivíduo – o famoso UX, ou user experience.

Entender e pensar como o consumidor fará com que as marcas transitem por diversos ambientes, plataformas e modelos. Forçará com que encontrem o equilíbrio entre os momentos em que o público busca informação pura e simples, com o ponto em que o indivíduo está apenas à procura de entretenimento.

Oportunidades em Marketing de Conteúdo

Nesse momento de tantas oportunidades, podemos destacar algumas que devem ganhar força em 2017:

  • Vídeos (em tempo real) – cada vez mais, as plataformas nos oferecem recursos que permitem a realização de transmissões ao vivo. Nesse sentido, ainda veremos muitas iniciativas de vídeo storytelling.
  • Realidades virtual e aumentada – em forma de jogos (entretenimento) ou dados (informações), devem impulsionar as companhias e marcas a pensarem em formatos e conteúdos que possam atrair e ativar as audiências.
  • Chatbots – evolução do chat e com doses de inteligência artificial, certamente evoluirá e viabilizará o envolvimento dos públicos, de uma maneira leve e mais humanizada, com conteúdos que fazem diferença e resolvem questões pontuais no dia a dia das pessoas.
  • Interatividade – quanto mais o público participar, maiores as chances de gerar engajamento e envolvimento. Os conteúdos devem começar a apresentar recursos e funcionalidades que gerem interações dos mais variados tipos.
  • Mobile – os smartphones tornaram-se a extensão do corpo das pessoas e ganham atenção especial o tempo todo delas. Veremos muitos conteúdos e novos formatos serem distribuídos por meio desses dispositivos.
  • Influencers – será importante para as estratégias de marketing de conteúdo encontrar e definir os embaixadores da sua marca e mesmo os formadores de opinião para o contexto dos produtos e serviços, além de usá-los como canal de distribuição.
  • Analytics e data-driven – a consolidação do marketing de conteúdo permitirá o desenvolvimento de novas e mais avançadas métricas que trarão uma visão mais ampla sobre os investimentos realizados.

Essas são apenas algumas das (poucas) tendências que terão espaço e que devem movimentar o marketing e a comunicação das empresas. São elas que devem ser usadas para tornar o marketing de conteúdo parte fundamental da estratégia corporativa e suporte expressivo para os negócios das companhias. Vamos parar de interromper?

Chatbots: as interfaces do presente e do futuro

maio 30th, 2017 Posted by Mercado 1 thought on “Chatbots: as interfaces do presente e do futuro”

A inteligência artificial chega novamente aos negócios para agilizar o atendimento e dar aquela mexida no marketing, comunicação e TI. Desta vez, ela chega sob a forma dos chatbots, os comunicadores instantâneos das grandes plataformas mainstreams, como Apple, Facebook, Google e Microsoft.

Democratização dos Chatbots

As gigantes abriram seus códigos para os desenvolvedores criarem aplicações que conversem com os consumidores de forma automática, economizem força de trabalho do SAC, melhorem e automatizem o que já é chamado hoje de SAC 2.0 das redes sociais e levem mais produtividade e redução de custos para os clientes.

Desenvolvida nos últimos dois anos, os chatbots devem alcançar voos de cruzeiro em 2017. E todo esse vigor vai passar também pelo relacionamento entre marcas e audiências.

Se você ainda não conhece, o chatbot é um tipo de tecnologia que simula um diálogo, que responde ao questionamento feito por pessoas dentro das páginas da sua marca nas redes sociais. Sabe quando você liga para a central de atendimento da sua operadora de TV à cabo e uma voz toda animada fica guiando sua navegação? Ah, mas então não tem nada de novo. É mais ou menos isso, com a diferença que os chatbots são ainda mais inteligentes.

De um lado um indivíduo. Do outro uma máquina, mas com o desempenho tão próximo ao de uma pessoa real que pode confundir quem está perguntando. Programados para executar tarefas predefinidas, esses softwares podem fazer – dependendo de como foram pensados e desenvolvidos – com que as pessoas acreditem realmente que há um outro humano do outro lado da conversa. Recursos de inteligência artificial e algoritmos poderosos auxiliam no processo.

A evolução das plataformas sociais, que promovem relacionamento entre pessoas, que mediam marcas e consumidores, será grande mola propulsora deste tipo de solução, tornando o chatbot um elemento – se não o mais importante ao longo do tempo – de interface no contato das empresas e indivíduos.

A evolução dos Chatbots

Ainda há muito que se fazer, claro (e sempre dentro deste nosso mundo!). Esses programas de computadores precisam evoluir muito para atingirem o nível de excelência que nós, consumidores, cobramos de pessoas do outro lado da tela.

Os sistemas precisam ser muito aprimorados para chegar cada vez mais próximo do comportamento de um humano. Mas isso vem acontecendo rapidamente e, em pouco tempo, teremos mais do que apenas respostas repetitivas. Os chatbots, sem dúvida alguma, serão grandes facilitadores no processo de interação entre as companhias e seus públicos. Isso é inteligência artificial. Quanto mais treinada, mais eficiente.

Em breve, esses robôs vão ultrapassar o limite de realizar funções mais operacionais (atendimento, relacionamento com clientes, processos simples de consulta a informações, entre outros). Se bem estruturados em termos de desenvolvimento, podem ampliar o grau de conhecimento sobre os clientes e ajudar a personalizar a interação. Em conjunto com poderosos sistemas de inteligência artificial vão ganhar novo fôlego. (colocar o link da Kantar Ibope)

Mais do que potencializar e permitir um enorme ganho de escala do atendimento tradicional de um Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC), a estruturação de dados e o acesso com integração ao sistema de gestão do relacionamento com clientes (CRM), por exemplo, podem favorecer e levar essas interações a outros níveis.

Chatbots no Brasil

Para quem acha que isso ainda é ficção científica, recomendo seguir no Medium o Bots Brasil e ver o que temos por lá: uma comunidade ativa, viva e cheia de novidades. Dá orgulho e gosto de ver.

Este é apenas o cenário atual dos chatbots no Brasil. Mais de 80 empresas envolvidas trabalhando para melhorar o atendimento ao consumidor.

Mapa de chatbots

Em um futuro nem tão distante assim, as plataformas unificadas permitirão a monetização destas plataformas. E aí é quando o “mercado” começa a prestar atenção. Poderão ser feitos pagamentos dentro dos chatbots, além da oferta de patrocínios e ofertas de e-commerce direcionadas.

E, vejam, isso não é fantasia, ou exercício de futurologia. Já existe e vem sendo usado por algumas empresas. E diversos outros casos reais já estão em operação. É possível contratar motoboy para entregas e até mesmo consultar saldo bancário por meio de chatbots.

Consegue imaginar, por exemplo, o choque promovido por esse tipo de tecnologia no universo de call center? Pelas características em que está sustentado, certamente será um dos mercados mais afetados pelo desenvolvimento dos chatbots. Considerado, no Brasil, como um dos maiores empregadores e formadores de mão de obra para o mercado, terão suas estruturas completamente remodeladas.

O crescimento de sistemas de chatbot causarão impacto direto em frentes extremamente importantes para qualquer organização moderna. Algumas são bem claras. Haverá interferência direta em mensuração de produtividade, afinal, definir e acompanhar métricas para robôs com rotinas coloca o escopo de trabalho em caixas mais organizadas e menos subjetivas do que tratar com seres humanos.

Em se tratando de Brasil e da nossa legislação trabalhista antiga, não podemos deixar de lado as mudanças despertadas nas relações empregador-empregado de maneira geral. Afinal, um programa de computador não apresenta limites de esforços físicos e mentais, muito menos uma legislação trabalhista que o regule – além da moral e ética de quem o controla.

Os modelos de escala também vão sofrer transformações que devem provocar muitas polêmicas mas que, sem dúvida, podem ampliar e muito os ganhos em termos de volume. A capacidade de processamento e atendimento de robôs traz progressões geométricas incalculáveis quando comparadas com o rendimento viável de um indivíduo.

Alguns especialistas chegam a profetizar a morte dos apps com o avanço dos chatbots. Não precisaremos mais ficar saltando de app em app para encontrar o que precisamos. A ideia dos chatbots é reduzir um pouco as janelas dos micromomentos de consumo de conteúdo, informação e produtos por parte dos consumidores. Manter todo mundo plugado em uma plataforma só por um tempo maior.

Uma certeza que sempre temos de ter é prestar atenção às gerações futuras. Elas usam chatbots. Elas conversam com máquinas desde que nasceram. Usem isso e aproveitem. Eles também vão usar para comprar.

Chatbots

Uso de chatbot nos Estados Unidos (B.I. Intelligence).

 

Chatbots

Uso de chatbot nos Estados Unidos (eMarketer).

Talvez ainda seja cedo para afirmar isso com tanta certeza, mas esse certamente também será um tipo de ativação a ser transfigurado pelos robôs. E, porque não, até mesmo os já consolidados algoritmos de busca do Google vão ter de correr atrás desse prejuízo.

Há uma infinidade de aplicações para essa tecnologia que vão de campanhas humanitárias às publicitárias, de informação ao entretenimento, de conteúdo à base de dados estruturadas, para o bem e para o mal – a depender do ponto de vista. Você já escolheu por onde quer seguir e como vai utilizar essa tecnologia?

Veja aqui alguns exemplos muito interessantes de uso desta ferramenta:

Quartz
Buzzfeed 1 | Buzzfeed 2 | Buzzfeed 3
CNN
Luan Santana
UFC
Corinthians
Rádio Kiss FM

Chatbots

Chatbot da BBC.

 

Chatbots

Chatbot da Pizza Express (utilizado por 150 mil pessoas no natal de 2016).

 

Chatbots

Chatbot da marca Kayak.

 

Chatbots

Chatbot do Bank of America.

 

Chatbot da marca Burberry.

Faça também um teste. Clique aqui e crie seu próprio chatbot.

digital concierge

Digital concierge: consultoria personalizada na palma da mão

maio 30th, 2017 Posted by Mercado, Tecnologia 0 thoughts on “Digital concierge: consultoria personalizada na palma da mão”

Já pensou que legal seria ter um Digital Concierge?

Quantas vezes você se pegou de bobeira em alguma região da cidade, seja esperando alguém, aguardando para iniciar uma reunião ou simplesmente para deixar o trânsito aliviar para poder ir embora? Essa situação é até bastante comum em grandes cidades. Comportamento usual também é ficar procurando algo para se fazer nas redondezas para matar o tempo.

Essa ansiedade por encontrar o que fazer está com seus dias contados. Em breve, quando você estiver ali, sem nada pra fazer, vai ter tantas opções para escolher que ficará na dúvida sobre qual a melhor opção. Isso porque, ao longo deste e dos próximos anos, nós vamos sofrer impacto de diversas soluções que vão nos orientar, de forma definitiva, com sugestões do que fazer.

Isso já acontece em muitas ocasiões e plataformas que podem ser consultadas em poucos toques de celular, mas elas ficarão refinadas quanto maior for a capacidade de armazenar, organizar e personalizar a entrega de informações relevantes para a audiência.

Os meios digitais tornaram os públicos de interesse das marcas muito mais exigentes e conscientes. Esse movimento forçou as empresas a elevarem a barra de características que possam ampliar o valor, que ajudem a aumentar os atributos que geram diferencial competitivo.

Dentro e fora do varejo ou de empresas tradicionais de serviços, seremos auxiliados em qualquer lugar, por diversos meios, várias marcas e infinitos segmentos de negócios pelo que estão chamando de “recepcionistas eletrônicos” – ou big data concierge. Há, ainda, quem intitule de serviços cognitivos.

Assim como acontece no mundo real, quando uma pessoa – um recepcionista, um consultor -, dá toda a assistência e suporte aos clientes, independentemente do tipo de pedido, teremos novas forças impulsionando essa incumbência. Dessa vez, porém, as tarefas passarão a ser realizadas por robôs, não mais por humanos.

Este movimento seria a fina utilização de inteligência artificial e personalização a partir do gigantesco volume de dados produzidos a cada segundo. A entrega da promessa do real e aprofundado uso do big data, tão propagada nos últimos anos. E as empresas que souberem fazer bem isso – como já é o caso em alguns segmentos e países – terá certamente um diferencial competitivo interessante nas mãos para conquistar os clientes.

E, veja, tecnologias deste tipo nem são tão novidade assim. A Apple, uma das pioneiras, criou e ofereceu o Siri em 2011, logo quando colocou no mercado o iPhone 4S. De lá para cá, diversos outros players correram atrás de seus próprios serviços de inteligência artificial. E agora, alguns segmentos de negócios passaram a incorporar de vez o conceito.

Óbvio que muitas companhias ainda estão na camada mais simples deste tipo de solução, isto é, os sistemas robotizados de resposta de voz (do inglês Robotic Interactive Voice Response – IVR). Eles seguem alguns roteiros preestabelecidos, como uma central de atendimento e deixam muito a desejar em termos de experiência proporcionada. São duros, ainda.

É preciso dar um salto para entender o contexto e as expectativas do cliente para poder oferecer algo mais e encantar seus públicos de interesse, criando uma experiência realmente diferenciada. Ouro puro como vantagem competitiva, já que gerar distinção com competidores atualmente é uma tarefa muito árdua. Tudo é copiado e melhorado na velocidade da luz.

Digital concierge para todos os problemas

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O serviço de concierge digital com base em big data pode levar aos clientes mais rapidez, reduzir complexidades e superar as expectativas, um componente fundamental na busca pela fidelidade dos consumidores no complexo contexto de marketing e comunicação atual. Isso sem contar os ganhos de produtividade e escala envolvidos em uma aplicação do gênero.

Algumas fabricantes de dispositivos móveis e mesmo operadoras já estão investindo. Mas existe espaço para uma enormidade de outros setores que podem se beneficiar de serviços cognitivos. Só pra gente ficar em alguns exemplos:

Hotelaria e turismo em geral

Segmento onde o conceito de concierge é um dos mais tradicionais e consolidados na orientação e suporte aos clientes. Podem ganhar muita força ao entregar serviços exclusivos e personalizados em aplicativos, sites e redes sociais, criando experiências únicas para seus públicos.

Indústria automotiva

O avanço da digitalização nos próprios carros e também dos modelos autônomos casam perfeitamente com o concierge digital. Além de não precisar mais se preocupar em executar os comandos do carro, poderá receber orientações e suporte para serviços que estejam no entorno por onde você circula.

Seguradoras

A burocracia tradicional desse setor acaba gerando uma série de insatisfações e expectativas frustradas. Operadoras com oferta de serviços atrelados à apólice no mundo real já conseguiram criar vantagem competitiva mesmo tendo preços mais caros. Ao levarem essas práticas para o universo digital, podem consolidar de vez sua marca como referência para os consumidores.

Hospitais e Maternidades

Momentos delicados exigem muito tato, claro. E excluir o processo humano nessa hora pode ser um risco grande. Mas há variações e serviços complementares que podem se tornar boas opções nesse mercado. Uma mulher que acabou de dar à luz precisa de muito suporte para várias ocasiões. A família de um enfermo pode ser orientada a diversos processos e obter informações personalizadas sobre o ambiente interno e externo do hospital.

Alimentação

A busca pela longevidade está fazendo com que as pessoas busquem qualidade de vida também no que comem. Imagine entrar num restaurante e, com base em algumas informações suas e sobre sua saúde, uma aplicação já entrega qual o melhor tipo de prato que o local te oferece, quais são os benefícios, a indicação de valores nutricionais de cada refeição, descontos, harmonizações com bebidas, entre outros.

Já é possível criar rapidamente algumas aplicações e começar a testar para o seu negócio. Confira algumas opções de Digital Concierge:

The Digital Concierge aqui

Butlrapp

Spoonrocket

UberEats

E testar alguns modelos:

Headout

Marriott

Você vai acabar chegando lá. O dilema estará, porém, na decisão de negócios. Se for desenvolver uma aplicação proprietária que esteja de acordo com seus negócios, pode consumir tanto tempo e recursos que, ao ser lançado o serviço já estará obsoleto. Já existem provedores de serviços cognitivos e certamente, em breve, teremos muito mais deles que poderão entregar soluções muito próximas das que você precisa para o seu negócio. A questão é não esperar demais para se mover nessa direção. Mitigue os riscos e siga rapidamente para o futuro, escolha o seu Digital concierge.

Você ainda sabe se comunicar? Tem certeza?

maio 30th, 2017 Posted by Mercado 0 thoughts on “Você ainda sabe se comunicar? Tem certeza?”

Será que você se lembra de quando ainda não era “vc”? Já chegou a pensar no quanto a nossa linguagem mudou? No quanto mudou nossa forma de comunicação com o mundo, com os nossos parentes, amigos, conhecidos, até com as corporações a quem prestamos serviços?

Talvez, e principalmente por isso, as redes sociais ainda não estão ultrapassadas, mesmo num universo que muda a cada segundo. A cada nova plataforma, meio, ferramenta, a nossa maneira de se relacionar também muda. E numa velocidade assustadora. E quando a gente pensa que determinado formato está desgastado, ultrapassado, já está surgindo outro, em algum lugar do mundo, para substituí-lo.

E por que será que a gente sempre acaba caindo nessa? Talvez porque o nosso atributo básico de seres humanos, o ser social, sofre de uma ânsia incontrolável de estabelecer vínculos, relações com outras pessoas – seja na vida pessoal ou na profissional. É o que venho pensando bastante ultimamente, ainda mais quando estou fazendo aulas ou palestras presenciais. Até parece um mundo novo com um monte de pessoas físicas presentes.

Talvez se nos aprofundarmos um pouco mais na compreensão destas relações, desta nova forma de transmissão de ideias, conseguiremos também desvendar estas questões. Este “comportamento de rede”, que criou novas regras, um novo alfabeto, um novo “existir”, nos ajuda ou nos atrapalha na hora de pensar, especialmente, na carreira ou nos negócios?

Língua e linguagem no ciberespaço

Se a gente pensar primeiramente em linguagem, isso nos “teletransporta” de volta lá pra meados de 1990. Naqueles tempos, a língua predominante na internet era o inglês – segundo uma pesquisa publicada pelo jornal The Guardian, por exemplo, a língua nativa constituía cerca de 80% do conteúdo digital. Hoje, frente ao alemão, o francês, o espanhol e o chinês, ela não chega a 30% nesse território imaginário.

Aliás, falando em chinês, vale registrar: entre os anos 2000 e 2010, a presença do idioma cresceu mais de 1200%, segundo dados da Internet World Stats.

O Brasil vem em quinto lugar, entre as línguas mais faladas no mundo virtual – o que não deixa de ser surpreendente, levando em consideração que metade da nossa população ainda não está devidamente conectada (falamos em cerca de 100 milhões, certo?). E, vamos combinar? Portugal inteira não chega aos índices populacionais da cidade de São Paulo.

10 línguas mais utilizadas na internet.

Mas, Aline, pra que essa volta toda? Oras, é bem importante a gente conseguir relacionar linguagem e internet, uma vez que é ela quem faz a sua história e sua experiência virtuais. Ela determina e orienta a forma como você se comporta nas comunidades. Afinal, é bom lembrar que estamos falando da conexão entre pessoas, muito mais do que entre máquinas. E pessoas querem não somente fazer parte, mas principalmente, sentir-se parte deste bolo.

Não basta compartilhar, conversar – é preciso identificação. Na obra “Cumplicidade Virtual” (2013), a psicóloga e jornalista Candice Alcântara aborda esse tema de um jeito bastante didático: segundo ela, a ideia é a de que estejamos dentro desse “riacho” de informações, o tempo todo produzindo, mudando, compreendendo, e não somente estando na periferia ou como coadjuvantes deste movimento.

E essa mudança de comportamento não se resume apenas ao nosso uso pessoal das redes. As empresas, também de acordo com Candice, devem cada vez mais direcionar tempo e recursos para se dedicarem a um canal que os aproxime cada vez mais e mais de seus consumidores. As organizações estão, entre acertos e erros constantes, se preocupando em surfar na onda destas ferramentas, tentando conhecer melhor seus potenciais clientes, seu público, sua audiência. E pra isso, uma infinidade delas também se vê às turras com essa mudança de linguagem – para atingir o maior número de pessoas possíveis e transformando completamente sua essência original.

Você sabe se comunicar?

Será que a nossa essência também vem mudando? Já parou pra pensar nisso? As marcas pensaram e estão nos posicionando cada vez mais neste contexto social. Por exemplo: já ouviu falar em stickers personalizados como emojis? Pois é assim que Disney, Starbucks, Sephora e até o gato Garfield estão direcionando seus orçamentos de comunicação para posicionamento de marca.

Sim, stickers, aqueles adesivos virtuais muito comumente usados no Telegram, Snapchat, Facebook Messenger e Twitter, por exemplo. Aliás, as tais etiquetas customizadas foram a coqueluche para, pelo menos, 250 marcas americanas em 2015. Claro, é uma maneira nova e que dialoga com a linguagem do próprio público sem interferências bruscas. E, ainda, amplia a possibilidade de espalhar sua marca entre os próprios usuários e não por um modelo de publicidade ou broadcast.

A grande barreira – e aí entra um novo desafio comunicacional e de linguagem -, era justamente convencer os usuários a baixarem isto e ainda faturarem alguma coisa com ações como esta, tornando-as realmente lucrativas.

sabe se comunicar

Sticker produzido e disseminado pela marca Burger King.

Apenas para termos uma ideia da dimensão que esse recurso linguístico ganhou ao longo do tempo, em 2015 o termo “Emoji” foi eleito como a palavra do ano por nada mais, na menos que a Oxford Dictionaries.

Foi um primeiro passo, é verdade, tanto para quem consome, quanto para quem adota esse tipo de estratégia. Hoje, por sinal, elas já estão bem mais popularizadas. Mas também já dá pra se ter uma ideia do quanto nossa forma de comunicar-se mudou. Até as nossas simples mensagens mudaram. E veja só: agora, você nem precisa mais baixar um novo aplicativo para obter um novo teclado. Nem mesmo precisa dizer que ama alguém: basta simplesmente mandar uma adorável etiqueta virtual.

Os stickers, os emojis, os símbolos podem impulsionar reconhecimento de marca, receitas, mudar métricas e medições. Porém, como ficam as nossas relações? Também adotaremos tais sistemas para modular se somos realmente aceitos ou queridos? Teremos um índice de ser social para nos indicar um caminho mais eficiente de comunicação com os indivíduos?

Os hábitos mudaram completamente e isso dificilmente será reversível. O que se dá pra tirar de lição de tudo isso é a forma como utilizamos essas tão fascinantes ferramentas de socialização, mas sem esquecer que o comunicar, o interagir, o aprender, o conhecer não foi criado nem reside exclusivamente nelas.

Nossos comportamentos latentes, de fato, evoluem com a máquina. Mas essas novas formas de representação só são saudáveis se agregadas – e não substituídas completamente. Se isso acontecer, acredito sinceramente numa perda de interesse em assuntos fundamentais, delicados, que nenhuma web 2.0 será capaz de transpor. Nosso instinto inato de adaptação nos faz seguir acreditando que a rede já é indispensável, uma necessidade básica humana. Mas é sempre bom lembrar que nada nem ninguém pode suprir o desejo de estar em contato. A gente gira em torno de pessoas. E isso, nenhuma ferramenta tecnológica será capaz de transformar.