Cloud computing – ou computação em nuvem – ganhou força nas corporações e virou até propaganda no rádio para o consumidor final. É muito comum encontrar áreas de negócios fazendo uso desta tecnologia. A entrega de computação como serviço, com o uso de infra-estrutura compartilhada, sistemas, softwares e dados gerados a partir de diversos dispositivos conectados à internet já é um fato quase antigo. E é inviável não pensar em toda a utilidade disso para o departamento de marketing.
É impossível não considerar a atuação em conjunto entre estratégias de marketing e tecnologia. Simples. Faça uma análise comparativa e veja o quanto o departamento de marketing da empresa para a qual trabalha investe em tecnologia da informação. Trata-se, hoje, basicamente, de uma interdependência entre as duas áreas.
Sem dúvida alguma é capaz de descobrir que a área é a maior compradora e consumidora de TI. O Gartner já previa isso lá pelos idos de 2011. A infinidade de softwares e sistemas que dão suporte aos processos de qualquer área de marketing é imprescindível para trazer mais agilidade às decisões de negócios.
Esse movimento aconteceu justamente porque o acesso digital por parte dos consumidores forçou as companhias a se reinventarem para fora e para dentro. Além de investir na ponta, na relação com os públicos por múltiplos canais disponíveis, também precisaram (e ainda precisam) rever toda a tecnologia e modelagem de dados que estão no chamado back office, portanto, invisíveis ao grande público. Mas fundamentais para o bom funcionamento de qualquer organização.
A forma como está organizada a computação em nuvem é um “prato cheio” para o marketing. Com a “cozinha” organizada e dados e informações disponíveis de maneira rápida e prática, a tendência é que o atendimento e o relacionamento com os públicos de interesse alcance altos níveis de qualidade.
Essa base bem construída permite que a gestão erre rápido e corrija os erros na mesma velocidade em que foram percebidos, ampliando o nível de serviços.
Cloud computing e novas estruturas
Nem tudo é uma maravilha. Essa nova forma de dialogar com os clientes também quebra alguns mitos. Não se trata somente de migrar, de transferir. Mas de construir novas aplicações que permitam que o trabalho possa fluir. E esse movimento é gigantesco também.
Segundo a Bain & Company, dos US$ 77 bilhões que as empresas gastaram na nuvem em 2015, quase metade (cerca de 45%) não estava ligado à migração de processos de trabalho existentes, mas ao desenvolvimento de novos softwares para negócios existentes ou à criação de aplicativos para novas operações digitais. Fica claro que os orçamentos ficarão apertados.
Em 2018, mais de 40% da infraestrutura de TI, software, serviços e tecnologia, serão baseadas em soluções em nuvem, atingindo metade até 2020. É o que prevê a IDC. Segundo levantamento da empresa de pesquisas, os serviços em nuvem agora fazem parte do portfólio da maioria dos provedores de Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) e a razão é simples: eles se tornaram a plataforma de escolha para qualquer nova implementação de TI.
E isso é praticamente uma unanimidade. A despesa em cloud computing está crescendo em 4,5 vezes a taxa de gastos de TI desde 2009 e deverá crescer em melhor que 6 vezes a taxa de gastos de TI de 2015 até 2020. Ainda de acordo com a IDC, os gastos mundiais em computação em nuvem pública aumentarão de US$ 67 bilhões em 2015 para US$ 162 bilhões em 2020.
Tanto investimento e propósitos ligados a um núcleo tão importante faz surgir um novo posto: CMT (Chief Marketing Technologist). Este executivo tem como missão desenvolver uma visão tecnológica para o time de marketing.
E tudo tem de estar devidamente alinhado com os objetivos de negócios. Não é estranho, aliás, que boa parte dos diretores de marketing de grandes organizações hoje não tenham mais formação em comunicação, mas em engenharia e outras graduações de exatas.
O impacto de cloud computing nos negócios vai ser considerável. Tanto que 74% CFOs (Chief Financial Officers, ou diretores financeiros) dizem que a computação em nuvem terá o impacto mais mensurável em seus negócios ainda este ano. É o que aponta 2017 BDO Technology Outlook Survey.
Sem entrar nos detalhes técnicos de Saas (Software as a Service – software como serviço), Paas (Platform as a Service – plataforma como serviço) e Iaas (Infrastructure as a Service – infraestrutura como serviço), vamos ao que realmente interessa. O quanto o marketing pode ganhar com tudo isso.
Cloud computing e os ganhos do marketing
Há uma série de benefícios que facilitam a execução de tarefas e deixam o time de marketing livre para dar foco no que realmente interessa sem se preocupar demais com questões periféricas.
Mobilidade
É uma das grandes vantagens. O time pode acessar as aplicações – com os devidos requisitos de segurança e níveis de acesso – de qualquer dispositivo com acesso à internet. Isso gera praticidade, torna a equipe de marketing mais liberta para outras funções.
Processamento e escala
A rapidez exigida nos negócios faz com que as demandas tecnológicas cresçam na mesma velocidade. Mais ferramentas, mais usuários para utilizá-las, mais recursos. Isso tudo passa a ser mais rápido e simples de contratar quando se trabalha com cloud computing. A flexibilidade para aumentar ou reduzir os modelos contratados traz grandes vantagens para quem está no marketing.
Custos
Especialmente em grandes empresas, comprar licenças, implementar e manter softwares rodando, via de regra, gera um custo enorme. Ao levar essas soluções para a nuvem, haverá certamente um ganho de investimento que pode ser aplicado em outras áreas relevantes do marketing. Não é preciso ter uma estrutura tecnológica própria e pesada para manter os ambientes necessários às operações do dia a dia. O acesso passa a ser via web, as máquinas não dependem mais da manutenção feita pelo marketing ou da TI a pedido do marketing, entre outros detalhes.
Mensuração real time
As tecnologias disponíveis avançaram bastante em termos de dados – que orientam a maior parte das decisões de marketing. Colocar na nuvem sistemas como Business Intelligence, CRM (Customer Relationship Management, ou gestão do relacionamento com clientes), Web Analytics, entre outras, permite avaliações de informações em tempo real. E isso vale até mesmo para campanhas, inbound marketing, mídias sociais e publicidade.
Segurança
Há grandes discussões sobre a segurança no cloud computing. Ainda existem muitos mitos em relação a isso. Para o bem e para o mal. Mas é possível determinar o nível de segurança desejável e contratar modelos com criptografia, backup de dados etc. Isso coloca também a responsabilidade sobre o provedor.
Com tudo isso, é hora de você repensar seus investimentos em plataformas, sistemas e implementações e ganhar tempo para gerir melhor os recursos, os times e, claro, seus clientes.