50% dos empregos júnior vão desaparecer | Sordili.com

O alerta que ninguém quer ouvir: 50% dos empregos júnior vão desaparecer

O CEO da Antrophic (Claude) fez o alerta que os líderes evitam: estamos a caminho de uma crise de formação profissional sem precedentes

Há um mês, eu disse ao Fernando Dias que, se eu escrevesse um título como esse, poderia me internar. Deixo público aqui que não estou maluca. Só a Inteligência Artificial está andando mais rápido do que conseguimos acompanhar.  Como conseguiremos formar alguém de 20 anos para ser pleno se os empregos de entrada não existirão mais com a IA?

Na última semana, Dario Amodei, CEO da Anthropic (criadora do Claude), deixou de lado o otimismo educado que domina os eventos de tecnologia e falou o que muitos evitam encarar: a Inteligência Artificial está prestes a causar uma onda de desemprego entre trabalhadores qualificados como nunca vimos antes. Obrigada, João Paulo Alqueres 🧜♀️, por compartilhar essa entrevista do Axios .

Segundo Amodei, entre 10% e 20% da força de trabalho das áreas executivas, além de muitas criativas, pode ser dispensada em até 5 anos. Estamos falando de programadores, analistas, advogados, consultores e profissionais administrativos de entrada que, dia após dia, estão sendo silenciosamente substituídos por agentes de IA.

O CEO da Anthropic foi direto: “A IA pode eliminar metade de todos os empregos de colarinho branco de nível inicial e elevar o desemprego de 10% a 20% nos próximos um a cinco anos.” Amodei menciona algo que observo diariamente no mercado: “A maioria das pessoas ainda não entendeu o que está prestes a acontecer. Parece loucura, e as pessoas simplesmente não acreditam nisso”.

Essa dissonância entre o que a IA já é capaz de fazer e o que o mercado ainda acha que ela é pode se tornar o maior erro estratégico desta década.

Steve Bannon, influente podcaster norte-americano e assessor da Casa Branca, confirma: “Não acho que ninguém esteja considerando como empregos administrativos, gerenciais e técnicos para pessoas com menos de 30 anos. Empregos de nível inicial que são tão importantes aos 20 e poucos anos serão dizimados”, disse Bannon.

Muitos ainda veem agentes de IA como um mecanismo de busca sofisticado. A realidade é bem diferente. Estamos falando de modelos que já conseguem:

  • Programar como um engenheiro pleno
  • Resumir e redigir relatórios complexos
  • Revisar contratos e decisões jurídicas
  • Analisar dados financeiros em tempo real
  • Fornecer interpretações médicas precisas

Mark Zuckerberg, da Meta, já declarou que programadores de nível médio serão desnecessários em breve, talvez ainda neste ano.

Como formar a pessoa de 20 anos para atuar como a de 30, se os empregos de entrada não existirão mais? A linha de desenvolvimento profissional como conhecíamos está colapsando. O desaparecimento dos empregos de entrada não cria apenas uma crise de ocupação — cria uma crise de formação. O que faremos com os estagiários, analistas, redatores e todas as vagas iniciantes se elas podem ser facilmente substituídas por IA? E como preparar essa geração nova para performar como os pleno/sêniors?

Centenas de empresas de tecnologia estão numa corrida desenfreada para produzir os chamados “agentes de IA”. Em sua forma mais simples, um agente é uma IA que pode fazer o trabalho de humanos — instantaneamente, indefinidamente e exponencialmente mais barato.

Enquanto empresas globais já reestruturam operações em torno da IA, o Brasil vive uma dicotomia preocupante. Das empresas nacionais, 34% já usam IA para automatizar tarefas administrativas, como informou a PwC Brasil (2024). Apenas 8% têm programas de requalificação internos estruturados e empregos como analista de suporte, auxiliar jurídico e atendimento estão entre os primeiros a serem automatizados. A fintech Klarna (Suécia) demitiu centenas de funcionários após implementar IA no atendimento. Hoje 70% do suporte é automatizado.

Amodei sugere estratégias concretas que merecem nossa atenção:

1. Acelerar a conscientização

  • Transparência do governo e empresas sobre mudanças na força de trabalho;
  • Educação pública sobre o real poder da IA atual;

2. Estratégias de transição

  • Programas de upskilling focados em complementar com IA, não competir;
  • Criação de experiências profissionais simuladas com IA;
  • Laboratórios práticos dentro das empresas;

3. Políticas públicas inovadoras

  • “Imposto sobre tokens”: 3% da receita de IA redistribuída pelo governo;
  • Regulamentação ética antes da crise;
  • Debates sobre economia dominada por superinteligência.

Existe uma ironia no alerta de Amodei: ele passou o dia promovendo as capacidades impressionantes de sua própria tecnologia, incluindo o lançamento do Claude 4, que demonstrou “comportamento extremo de chantagem” em testes. Quando confrontado sobre essa contradição, ele respondeu: “Os trabalhadores serão um pouco melhor se conseguirmos alertar as pessoas com sucesso.”

“Você não pode simplesmente se colocar na frente do trem e pará-lo”, alerta Amodei. “A única jogada que vai funcionar é direcionar o trem. Desviá-lo 10 graus da direção em que estava indo. Isso pode ser feito. É possível, mas temos que fazer isso agora.”

A nova inteligência é artificial. Mas o impacto é profundamente humano. Se você também sente que estamos caminhando para uma ruptura estrutural, e não apenas mais uma onda de inovação, este é o momento de agir com consciência, estratégia e, acima de tudo, responsabilidade.

A pergunta não é mais se isso vai acontecer, mas quando e como nos prepararemos. Como líder, mapeie tarefas que já poderiam ser automatizadas com IA em sua organização, treine sua equipe para trabalhar com agentes de IA, não contra eles, participe ativamente da construção de políticas internas de uso ético da tecnologia e desenvolva estratégias claras de reestruturação de times com plano de transição.

Pergunta para reflexão: Seu time está preparado para conviver (e crescer) com uma IA que trabalha mais rápido, mais barato e mais eficientemente que humanos?

O que você pensa sobre isso? Como sua organização está se preparando para essa transição? Compartilhe sua perspectiva nos comentários.

#InteligenciaArtificial #FuturoDoTrabalho #Transformacao Digital #Lideranca #Inovacao #RH #Tecnologia

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ROGERIO BISSOLATI
Admin
20 dias atrás

Muito bom